22 dezembro 2015

O contador de histórias

No julgamento em que responde por estes crimes, o antigo responsável pela secreta portuguesa que opera no exterior contou uma nova versão desta história. Negando que tivesse passado o dossier sobre os dois cidadãos russos à Ongoing, Silva Carvalho defendeu-se da acusação contando uma história inédita.
 
Pediu para investigar os "antecedentes" dos dois cidadãos russos porque pretendia recrutá-los para a secreta portuguesa: "Quando fui confrontado com os dois russos, a primeira coisa que pensei foi na forma como poderíamos chegar à fala com aquelas pessoas, para as ter a trabalhar para nós."
 
Percebe-se a propensão do arguido para FONTE. Se fosse fonte que nome ela própria se atribuiria?

21 dezembro 2015

Nova morada

Email compulsivo

A Ongoing pretendia adquirir a quota do Estado russo no porto, privado, de Astakos, e por isso procurou, junto de Jorge Silva Carvalho, obter informações. Mas o procedimento habitual não foi seguido. O SIED não dá às empresas, directamente, informações sobre pessoas recolhidas pelos seus agentes. Tudo tem de ser filtrado, e obedece a um protocolo. Desta vez, não foi bem assim… Um alto quadro da Ongoing, Fernando Paulo Santos, pediu directamente a Silva Carvalho. E o director do SIED respondeu. Por email.
 
E não ter sido por SMS deveu-se, certamente, a desatenção. Ou à compulsão de carregar no Reply.

18 dezembro 2015

Conflitos diplomáticos

A acusação considera que "o arguido Silva Carvalho agiu (...) de modo a provar ao presidente do Grupo Ongoing que podia obter, através do Serviço de Informações da República, informação relevante para os respectivos interesses particulares (...) com o propósito de assegurar o contrato com a Ongoing." Esta é, continua a acusação, uma história grave, susceptível de "gerar conflitos diplomáticos" e "pôr em causa a segurança de missões e de recursos humanos colocados no exterior do país". 
 
 
 

17 dezembro 2015

O mitómano

Suposta "fonte" das secretas acusa Silva Carvalho de ser um "mitómano".
 
Consultado o Priberam, encontramos a seguinte definição: "que ou quem tem tendência impulsiva para mentir".
 
Está tudo dito.
mi·tó·ma·no
adjectivo

1. Relativo a mitomania.

adjectivo e substantivo masculino

2. Que ou quem sofre de mitomania; que ou quem tem tendência impulsiva para mentir.


"mitómano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/mit%C3%B3mano [consultado em 16-12-2015].
adjectivo

1. Relativo a mitomania.

adjectivo e substantivo masculino

2. Que ou quem sofre de mitomania; que ou quem tem tendência impulsiva para mentir.


"mitómano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/mit%C3%B3mano [consultado em 16-12-2015].
mi·tó·ma·no
adjectivo

1. Relativo a mitomania.

adjectivo e substantivo masculino

2. Que ou quem sofre de mitomania; que ou quem tem tendência impulsiva para mentir.


"mitómano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/mit%C3%B3mano [consultado em 16-12-2015].

16 dezembro 2015

Os oportunistas

Perante os ataques terroristas uns vêm tragédia e barbárie. Outros apenas oportunidade.
 
Na América como em Portugal.

14 dezembro 2015

Desfazados

Por cá intensifica-se a campanha dos metadados. Na América nem tanto.
 
As agendas dos políticos e lojistas nacionais entrecruzam-se para conduzir ao ridiculo. Sem remédio.

07 dezembro 2015

Para que serve o segredo de estado?

"Em tese, porque não posso abordar este assunto em concreto, os serviços têm competências que estão descritas na lei, que explica como algumas atividades lhes estão vedadas. Mas a lei não diz que meios se podem usar. São meios claramente ilegais. Como, por exemplo, vigiar pessoas no espaço público, fotografá-las, filmá-las. São matérias que estão abrangidas pelo segredo de Estado", explicou o antigo espião, para depois sintetizar: "O segredo de Estado serve na prática para se evitar falar do modus operandi".

04 dezembro 2015

Uma questão de carácter

Ex-diretor-geral do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa acusa o número 1 das secretas, Júlio Pereira, de "falta de carácter e falta de sentido de Estado" e diz que decisão de espiar lista de chamadas de jornalista do "Público" foi tomada em conjunto com ele.

Micael Pereira

03 dezembro 2015

Só 90%?

Silva Carvalho acusa número 1 das secretas: "90% do modus operandi é ilegal"

02 dezembro 2015

Parolices

"Os Lusíadas" inspiram brasão do patrão das secretas portuguesas.

01 dezembro 2015

O trocas e o baldrocas

Na nota à imprensa, o gabinete de Passos Coelho lembrava que Silva  Carvalho admitiu, numa entrevista ao DN, que "transmitiu a entidades privadas"  quando ainda estava em funções, "através do seu e-mail pessoal", informações  sobre diversas matérias.

30 novembro 2015

Riso que mata

O inquérito do SIRP é uma peça risível. Um monumento ao vazio e à inação. O mesmo Estado que nos assalta implacavelmente, bloqueia perante as ilegalidades que se cometem em seu nome.

27 novembro 2015

Filmes sobre espiões a sério (6)

MI-5

26 novembro 2015

Paris e os metadados

Os avençados aproveitaram a perda de vidas humanas para, de forma cruel e oportunista, lembrarem que o Tribunal Constitucional rejeitou a possibilidade de os serviços de informações acederem a metadados.
 
Mesmo com acesso a metadados a França não evitou o inferno.
 
E, perante fortes suspeitas, nada (e muito menos a Constituição) impede o acesso a metadados e a intercepções de comunicações por parte de quem tem a seriedade, a responsabilidade e a competência para garantir a segurança dos cidadãos portugueses.
 
O Tribunal Constitucional apenas antecipou uma constatação advinda de uma recente confissão em juízo: cidadãos que não são suspeitos de coisa nenhuma são vigiados, fotografados e escutados. E talvez por isso não sobre muito tempo para perseguir o terrorismo.
 
Combater o terrorismo passa por desalojar os seus aliados tácitos dos lugares onde estão infiltrados.

25 novembro 2015

Paris, França

Qualquer vida perdida é demasiada.
 
Qualquer vida que é salva é uma vitória.
 
Vale a pena lutar pela vida.
 
E nunca é demais lembrar o que sempre foram os valores da Companhia da Inteligência:
 
"Those who would give up essential liberty to purchase a little temporary safety deserve neither liberty nor safety." Benjamin Franklin (1706 - 1790).
 
Nós nunca desistiremos da Liberdade. E por isso merecemos a Segurança. A verdadeira.

24 novembro 2015

Lembrar Bairrão

No dia em que a lista de secretários de Estado foi levada a Belém, o Governo pediu informação detalhada sobre o administrador da TVI.

23 novembro 2015

Caixas de cerveja

Afinal nem só de ofertas de emprego vivem os espiões.

20 novembro 2015

Filmes sobre espiões a sério (5)

The Man from U.N.C.L.E.

19 novembro 2015

Não é nada estranha ao caso

Júlio Pereira, que é magistrado do Ministério Público e está à frente das secretas há dez anos, não é uma personagem estranha ao caso. Foi ele quem apresentou a queixa no Ministério Público (MP) que deu origem ao processo judicial – depois do Expresso ter revelado o caso - e até já foi ouvido, em agosto de 2011, no auge do escândalo.