29 maio 2015

Crónicas bízaras

Quem é que, não revelando um módico de lucidez (devido ao abuso do cocktail de alheira com vinho tinto), se lembraria de nomear para dirigente máximo alguém a quem os pares chamam pato badocha ?

28 maio 2015

Um sorvedouro desmotivado

Parece ter sido assim que um antigo director das secretas caracterizou a estrutura dirigida pelo senhor Pereira.
 
E por aquilo que pode ser lido na revista do Esteves esse antigo director andou nessas lides entre 2005 e 2011. Como é só fazer as contas são uns meros 6 anos.
 
Pouco tempo quando comparados com os 10 anos do tal senhor Pereira.
 
Mas 6 anos dão para sentir com clareza sentidos e tendências. Antes de 2011 já a tal estrutura (que é o nome indicado para uma coisa que não se sabe bem o que é nem para o que serve) era um sorvedouro desmotivado. E o referido antigo director nunca andou a dizer que dirigia um sorvedouro (e gastava-se mais em 2011 do que em 2015) nem quea andava desmotivado.
 
O que o motivava em 2011 que actualmente não motiva?
 
Porque é que os actuais directores se sentem, apesar de tudo, confortáveis perante o sorvedouro desmotivado?
 
 
 
 
 
 
 
 

27 maio 2015

O dia mais longo

O que aconteceu no dia 30 de Julho de 2011 daria para escrever um livro.
 
E nem todas as personagens ficariam muito bem na fotografia.

26 maio 2015

Decrepitude e decadência

São as palavras que ocorrem quando um ex-AA (isso existe???) se dirige a uma amostra de "plateia" para proferir inanidades.
 
Recolha ao hospício de onde nunca devera ter saído. Tenha vergonha (coisa que sabemos impossível).

22 maio 2015

Desacreditação

Um juíz diz a uma procuradora que teme estar a ser espiado por uma organização secreta. E o que acontece?
 
N a melhor das hipóteses acontece o que aconteceu. Um diário pega no assunto e publica porque sabe que é matéria de venda garantida.
 
Mas o assunto é sério. Ou o magistrado denunciante revela traços de paranóia e não está em condições de exercer a sua profissão, devendo ser submetido a junta médica e aposentado por razões de saúde. Ou estamos perante a denúncia de condutas que configuram a prática de vários crimes e o MP tem a obrigação legal de agir. É o Estado de Direito que está sob ameaça e não apenas um juíz.
 
A utilização do método da carta-denúncia anónima diz muito de quem o utiliza e dos objectivos a atingir.
 
A desacreditação de um juíz é também a desacreditação da Justiça. A simples publicação desta notícia é um primeiro sinal do sucesso da estratégia da organização secreta denunciada.
 
Será que a Justiça vai ficar refém?

20 maio 2015

Excelente m....

Alguém se lembra de um personagem que como relevante experiência profissional para trabalhar em informações era ter estado 12 anos ao serviço dos chineses?
 
Alguém lhe fez um vetting?
 
E para onde foi depois de uma curta mas estapafurdia passagem pelas secretas? Trabalhar (???) para os chineses, claro! Com direito a elogio público e louvor (para os anais).
 
Aqui não há período de nojo que se lhe aplique. Dirão alguns: a nova lei ainda não estava em vigor. Diz a Companhia: e se a lei estivesse em vigor era a mesma coisa, porque ela atribui o poder alegadamente discricionário de dispensa do período de nojo. Pela mesma entidade que tem competẽncia para nomear e exonerar. Brilhante. Podiam fazer mais 20 manuais de prevenção da corrupção nos serviços públicos e nunca iriam chegar a incluir estes requintados e terceiro-mundistas procedimentos.
 
É a excelência dos nossos parlamentares aliada à excelência da nossa administração de topo. Já para não falar da excelência de quem controla a legalidade dos actos da administração.
 
 

18 maio 2015

Meros indícios

Acerca de eventuais ofensas de magistrados praticadas via Facebook, veio a senhora PGR entender, e bem, integrarem as mesmas a dimensão de liberdade de expressão. Nesta medida dificilmente poderiam configurar uma infracção.
 
Este assunto encerra uma outra curiosidade, a julgar pelo que veio publicados nos jornais. A PGR na acta da reunião de 14 de Abril do Conselho Superior explica que "em processo disciplinar, os meios de prova legalmente admissíveis em ambiente digitalmprefiguram uma baixa expectativa de resolução do caso, em especial no que respeita à determinação dos respectivos autores".
 
Pelo menos para a senhora PGR, ao contrário de alguns outros, não bastam meros indícios.
 
Apetece dizer: Grande palhaço!
 
 

14 maio 2015

Especialistas

 
E não. Não é piada.

13 maio 2015

O arroto com cheiro a alheira

De vez em quando lá faz o seu aparecimento. Acompanhado de um séquito que parece saído da nova manga japonesa. Percebe-se o ar de vergonha e enjoo dos que, por dever de ofício, ladeiam a boçal personagem.
 
Vive-se, por alguns momentos, o ambiente de loja. E de tasca também.

12 maio 2015

Mais iniquidades

Perante as desproporcionais e iniquas restrições muitos funcionários bateram, discretamente, com a porta. E não consta que algum tenha sido ouvido pelo órgão alegadamente fiscalizador.
 
E também não consta que algum dos que sairam tenha pedido para ser ouvido pela 1ª Comissão. E muito menos consta que a dita comissão tenha mostrado a mesma solicitude que mostrou no passado para ouvir quem nem sequer era funcionário dos serviços. E ainda hoje não se percebe a que título foi ouvido. Mais um episódio para os anais das vergonhas parlamentares.
 
Enquanto isso vão-se discutindo datas para actos eleitorais. Na sequência destes actos vão mudar muitos dos que têm o poder de tudo mudar no SIRP. E vão certamente mudar alguns dos que pensam que têm poder no SIRP.
 
Mas há coisas que não vão mudar.
 
A primeira dessas coisas é que amanhã, tal como hoje, os que terão o poder de tudo mudar no SIRP, não estarão obrigados, forçados nem coagidos, na mesma medida em que estarão os funcionários do SIRP. Ninguém lhes irá perguntar se são ou foram da maçonaria, se andaram por ONG ou empresas de reputação duvidosa e se são suspeitos ou arguidos em algum processo crime. Ninguém lhes fará uma verificação de segurança. Ninguém lhes apontará ligações perigosas. Ninguém lhes pergunta de onde vieram e para onde vão.
 
Para essa elite as regras são diferentes daquelas que impuseram aos escravos. Não há regras.
 
O mesmo é válido para os seus mandatários no sistema.
 
É um vale tudo. Até um dia.
 
De traição se falará depois.

11 maio 2015

Iniquidades

A legislação do SIRP tem apreciáveis restrições ao exercício de direitos e comina intermináveis deveres aos respectivos funcionários.
 
Isso não impediu que, ao longo dos tempos, muitos tenham querido ingressar naquilo que, pensavam, poderia ser uma aliciante carreira. É assim em muitos outros países e Portugal não é diferente.
 
As últimas alterações à Lei Quadro do SIRP vieram introduzir ainda mais limitações ao desempenho de quem se encontra nos serviços de informações (as quais se aplicam a todos menos às direcções e à alegada fiscalização). As limitações foram tais que muitos clamaram inconstitucionalidade (as próprias direções o fizeram em on ou em off). Outros disseram que nem as magistraturas ou as forças armadas são tão limitativas. A alegada fiscalização sobre o assunto disse o que costuma dizer: nada.
 
O Provedor de Justiça, que devia conhecer bem o sistema (tendo presidido durante algum tempo a entidade alegadamente fiscalizadora, até que se demitiu por desinteligências), também fez vista grossa perante tamanha desproporcionalidade e iniquidade.

05 maio 2015

Tão discretos que eles são

"A questão é saber se vale a pena perturbar o relacionamento entre o MP e o SIRP. Provavelmente preferem resolver o assunto de forma discreta."
 
Trata-se de uma preocupante emanação do dito salazarista "entre marido e mulher..."
 
E o Estado de Direito, meu Deus? Não será isto subversão? De certeza que é lógica de Sinagoga, com apelo a tanta discrição.
 
Era caso para envolver as capacidades operacionais do SIS. O problema é que...

04 maio 2015

Provérbios

"Usa as mãos do teu inimigo para apanhar a cobra".
 
Provérbio persa

03 maio 2015

Cego, surdo e mudo

"Não respondeu se tinha tomado alguma medida sobre o assunto".
 
O Conselho serve para quê se nunca responde e raramente sabe? Porque não quer saber. É público.

01 maio 2015

A bicicleta

A greve é um direiro dos trabalhadores. E como todos os direitos deve ser exercida de forma responsável.
 
Aqui terminaria a declaração de interesses da Companhia se não tivesse havido, não há muito tempo, uma declaração de alguém com responsabilidade (não confundir com alguém responsável) que se referia às empresas estratégicas e à necessidade de produção de inteligência económica para apoiar tais empresas (qualquer semelhança com a tese da defesa em juízo de alguém é, naturalmente, pura coincidência, até porque Portugal é o país das coincidências).
 
Para celebrar e coordenar esta orientação superior reuniram-se os estados-maiores em alegre almoçarada, como é também hábito neste extraordinário país.
 
Pouco tempo volvido, digerida que foi a forte refeição, a empresa passou de recurso estratégico a moeda de troca para equilibrar o valor do défice público. Talvez por isso alguns asseguram que este ano é que é.
 
Esquecidas foram as promessas de papel passado para evitar outras greves. Tão esquecidas como todas as promessas feitas em 2011.
 
E depois tratam-se os profissionais da empresa da mesma forma desrespeitosa e canhestra como se têm tratado os oficiais de informações. Que é aliás como têm sido tratados quase todos os portugueses nos últimos anos (daí que se perceba perfeitamente porque é que, em desespero, se anuncia uma coligação pré-eleitoral).
 
Voltando à empresa. Há muito tempo que ela deixou de ser estratégica para o país. Muito antes de estes governantes iniciarem funções. Por isso é que noutras paragens as almoçaradas inteligentes seriam punidas com chicote ou prisão, se ao caso não fosse aplicada uma munição solitária.
 
E há muito também que a empresa deixou de ser bem gerida. Até para justificar a criminosa propaganda de que a gestão pública é incompetente. E para reduzir o valor do bem no mercado, assim beneficiando o comprador. Assim se garantem uns lugares para os próprios e protegidos na empresa privatizada. Tudo dentro da maior legalidade (na linha de todos os procedimentos praticados pelo 44). Até porque como dizia alguém com responsabilidade (não confundir com responsável) "não há corrupção em Portugal".
 
Depois vieram mais pessoas com responsabillidades (que não responsáveis) dizer que se a greve for por diante a empresa vai à falência e serão despedidos 40% dos trabalhadores (era melhor optarem por um ou outro cenário, é que apresentar ambos não tem nenhuma lógica). É de uma inabilidade notável ameaçar com o despedimento alguém que tem 50% de hipóteses de ser despedido, com greve ou sem ela. Deve ser o que se ensina em alguma universidade de Pyongyang ou Sichuan. Por onde tem andado esta gente?
 
Ninguém pareceu preocupar-se com a saúde da empresa quando se perderam milhões com os cancelamentos de voos para novos destinos, arranjados à pressa e meios alugados à pressa que nunca apareceram. Em plena época alta. E por acaso os mesmos profissionais agora acusados de sabotadores denunciaram a situação (quando outros a calaram).
 
Também ninguém se procupou com o estado degradado e decrépito dos meios. E com a progressiva queda da qualidade dos serviços de bordo (para níveis piores do que é o padrão de muitas companhias africanas, sem desprimor). E com o facto de os serviços públicos terem deixado de escolher a empresa, porque em rotas concorrenciais os seus preços são proibitivos (em rotas não concorrenciais são um verdadeiro suicídio, para a empresa).
 
E agora preocupam-se com a anunciada greve de 10 dias?
 
Não se preocupam coisa nenhuma. Foi-lhes dado de mão beijada o argumento de que precisavam para acelerar o processo de venda por grosso e ao desbarato da empresa. É que essa venda tinha bastantes opositores internos (os trabalhadores, compreensivelmente) e externos (uns quantos saudosistas e outros que têm uma estranha relação, de tipo sexual, com a bandeira).
 
"Fiquem lá com a bicicleta".