21 novembro 2014

Oportunidade e conveniência

O Partido Socialista (PS) considera politicamente inconveniente, nesta altura, qualquer alteração nas chefias das secretas, defendida pelo PSD depois de terem vindo a público nomes de dirigentes dos espiões associados à "Operação Labirinto". "Não é oportuno, nem de conveniência política", disse ao DN o deputado e vice-presidente da bancada socialista, Marcos Perestrello, coordenador para esta área.
 
Eles lá sabem porquê.

19 novembro 2014

Paradoxos (2)

Como pode liderar a investigação do financiamento das organizações terroristas os que encobrem o financiamento do crime organizado?

18 novembro 2014

Paradoxos (1)

Como pode liderar o combate ao crime organizado quem lidera uma organização criminosa?

Desvios ópticos

Ele via-se a si próprio como um Gestor.
 
Os outros viam-no apenas como um monte de merda. Tout court.

17 novembro 2014

Em relação a um certo rumor

Vamos esperar sentados.

Decadência

É daquelas que só dá vontade de rir.
 
Uma personagem de filme italiano de baixo orçamento com traços de Al Capone crítica um leal servidor do Estado por querer ser uma estrela de televisão .
 
Quando não se tem mais do que o Facebook para sonhar  há personalidades demenciais quem sonham com a televisão. E projectam esses sonhos nos outros. Um caso psiquiátrico.
 
O  voyeurismo de certa imprensa que colhe inspiração nas redes sociais, não sendo matéria de estudo para psiquiatras, revela muito da decadência a que chegou.

16 novembro 2014

Subsídios

Para compreender melhor o jantar do Parque é aconselhável a leitura deste Porta da Loja e deste Portugal Profundo.
 
Saudações patrióticas aos respectivos autores.

Diz-me quem é o teu advogado

Dir-te-ei quem és.

O jantar do Parque (4)

Finalmente imaginem que:
 
  • Apesar de todas as tentativas, até de avençados internos (que os há), o Expresso publica na primeira página a notícia do envolvimento da Secreta no caso dos vistos dourados. E não há aqui que utilizar eufemismos porque se trata de um efectivo envolvimento
  • Ainda na noite de sexta feira, e no sábado de manhã, enquanto permaneciam detidos os cúmplices, começa a "circular" pel e os avençados a versão dos acontecimentos da organização mafiosa. Admitem tudo o que antes negavam. Afinal é considerado "normal" e "legal" um serviço do Estado ir fazer "limpezas" a casa de "amigos" e de outras instituições. Um dia talvez se saiba que uma equipa de limpeza foi "fora do horário de expediente" em diligência para o palacete da rua do Grémio Lusitano. Perante esta confissão não há Procuradoria que determine a instauração de inquérito? Não há "peculato de uso", "descaminho" ou "usurpação"? Ainda há estado de Direito?
  • E para brindar todos com uma primeira página eis que o padrinho (ou um deles, sobretudo porque falta a este a inteligência) se sai com uma revelação em primeira mão, pelo punho de uma avençada. Revelação que andava desde Agosto em preparação e era conhecida por centenas de pessoas. Era o jantar do Parque
  • Como técnica de manipulação é reveladora da incompetência que impera na Gomes Teixeira. Revela também que aquela gente não frequentou a Academia das Informações para estudar e treinar. Andou na Academia a cagar postas de pescada perante os indulgentes bocejos da plateia. Revela igualmente a incompetência que grassa nas tabernas dessa organização que trocou esquadro e o compasso pela nota de 500 euros. Lançar a bomba do jantar do Parque revela a falta de argumentos e o desespero. Não cuida do que a seguir pode acontecer e é por isso um acto suicida
  • Pode ser que alguém, nomeadamente alguns leais servidores do Estado, entre os quais juízes e procuradores estejam atentos a estes sinais e haja surpresas
  • Pode ser que estejamos, finalmente, próximos do fim da impunidade. Para isso têm de ser derrubados os muros do Segredo de Estado onde esta Hidra se entrincheirou
NÃO CONTINUA

O jantar do Parque (3)

Imaginem ainda que:
 
  • Para dar um sinal de grande empenhamento e deixar todos ligados (pela cúmplicidade) a uma prática que todos percebem ser irregular (senão ilegal e criminosa, por constituir obstrução à justica e peculato de uso de recursos do Estado), mandam-se figuras de topo da Secreta. Se necessário serão mais tarde envolvidos na investigação e descartados como idiotas úteis.
  • Sendo todos juristas, estes desleais servidores do Estado sabem bem que não podem fazer varrimentos nem limpezas electrónicas porque estamos no âmbito do Direito Administrativo, onde só se pode fazer o que a lei expressamente prevê. Não é admissivel a analogia. E a lei ao não admitir a realização de escutas não admite igualmente a sua detecção (até porque isso significa basicamente utilizar a mesma tecnologia). Há órgãos do Estados aos quais a lei comete expressamente a competência para investigar as escutas e até para as realizar, mediante autorização legal. Esses são os órgãos competentes (também técnicamente) para realizar varrimentos e limpezas. Se houvesse jornalistas descomprometidos a investigar fariam estas perguntas e não admitiriam respostas vagas como "é legal"
  • Continuando a fase de testes à investigação convocam-se jantares para os quais são convidados todos os membros da rede e os idiotas úteis. Se alguma coisa correr mal, "que não vai correr" é um barco muito grande para afundar. A teoria do "too big to fail" que levou o BES e o Salgado onde eles estão hoje, é aplicada à mafia dos vistos (não há nome mais apropriado para aquela organização criminosa). Estão todos juntos e orgulhosos. Estão "mais fortes"
  • Mas a investigação não só não para como dá frutos. Leais servidores do Estado emitem ordens e mandados. Há buscas e detenções. Há notícias não controladas. Há desespero e gente a perder a cabeça. Há telefonemas histéricos e ameaças de confissão. É preciso por em marcha os planos de contingência
  • Às perguntas pertinentes dos jornalistas há respostas de negação sistemática, ironia e soberba. É "tudo mentira". É tudo "uma cabala". É "uma guerra entre polícias e espiões". Já no passado tinhamos visto a tese da "guerrra entre empresas". Como são úteis as guerras e os idiotas que as travam
CONTINUA

O jantar do Parque (2)

Continuem a imaginar que:
 
  • Durante algum tempo tudo corre bem ao grupo de servidores públicos que mantêm reféns os serviços do Estado, com a conivência dos vigaristas que governam o dito. Os euros fluem aos milhões num momento em que mais faltam às famílias e aos próprios serviços públicos. Vender por 500 o que não custa mais de 100 é negócio rijo. Qual droga? Que armas? Imobiliário puro e duro. Até ao dia em que alguém se sentiu vigarizado. Era uma questão de tempo. Foram bater a uma porta em Lisboa, ali para as bandas da rua Gomes Freire.
  • Leais servidores do Estado, da polícia e do MP (é verdade, também existem e são a maioria) começam a investigar a itinerância do dinheiro e facilmente descobrem a origem e o destino dos fundos. Ao contrário do mito que altos responsáveis vão pondo a circular, a coisa mais simples do mundo é perceber esses fluxos. E hoje é infinitamente mais fácil e rápido do que era há 20 ou 30 anos
  • Os desleais servidores do Estado são avisados por avençados de que há investigações em curso
  • Habituados a lidar com estes inconvenientes, e com os contactos certos nos jornais do costume (são sempre os mesmos jornais e os mesmos avençados, nem isso conseguem mascarar, tal a má qualidade da manipulação), toca a plantar a notícia da investigação para a descredibilizar e para lançar a suspeita sobre as pessoas sérias envolvidas na investigação
  • Para testar o fim da investigação são solicitados (como de pizzas se tratassem...) uns varrimentos e umas limpezas eléctrónicas (sobre cuja competência técnica e legal nem vale a pena aqui opinar, porque seria desleal, e porque não confundimos quem manda com quem executa, na convicção de que são legítimas as instruções) a serviços amigos, controlados pela nossa gente
CONTINUA

O jantar do Parque (1)

Imaginem que:
 
  • Há muito tempo atrás, com o argumento de que era preciso pôr ordem em respeitáveis serviços do Estado se foram buscar juízes e procuradores. O outro argumento era de que assim estavam melhor garantidos os direitos dos cidadãos e o estado de Direito
  • Colocar juízes e procuradores à cabeça de um serviço público não passa de uma técnica de manipulação de grupo (conhecidíssima sobretudo em países com menor desenvolvimento) para evitar e condicionar investigações, instruções e condenações inconvenientes
  • À liderança do Estado vão chegando, independentemente dos partidos em que se apoiaram, uns vigaristas que nunca foram, nem serão, servidores do Estado
  • À medida que crescem as fortunas pessoais dos tais vigaristas, os servidores públicos à cabeças dos tais serviços públicos adquirem vida e pensamento próprio. E passam a invejar o património e o estilo de vida dos vigaristas. Decidem mimetizá-los e passarem a ter também eles rendimentos milionários
  • Alguns servidores públicos mais criativos e dinâmicos decidem montar lucrativos negócios com a aparência de respeitáveis serviços do Estado
  • Para servir os interesses nominais do Estado o grupo de servidores públicos apoia-se em organizações pre-existentes e decidem montar uma rede de influência em Portugal e no estrangeiro. Até podem oferecer empregos para garantir obediências e favores. E com os milhões do orçamentos do Estado até podem colocar antenas de captação de fundos nos países alvo. Por isso é que há países que são mais importantes do que outros
CONTINUA
 
O jantar do Parque é um retrato ficcional em 4 episódios sobre o momento único que está a viver a comunidade de informações em Portugal. Os restantes 3 serão hoje ainda publicados. Estejam portanto atentos.

15 novembro 2014

Excelência

O director e dois funcionários foram apanhados a fazer limpezas no gabinete do homem dos vistos.
 
Ao que isto chegou.
 
Noutros tempos mandavam duas funcionárias da limpeza e bastava.
 
Deve ser um sinal do patamar de excelência a que o bando dos cinco figurões levou o sistema.
 
Nunca menos do que um diretor. E não ter ido o padrinho significa apenas que teria diligências inadiáveis. Provavelmente no estrangeiro.

14 novembro 2014

Extraordinários figurões

É extraordinário o efeito que pode ter um bom título. A mensagem Os cinco Figurões teve estatísticas de leitura excepcionais. Provavelmente alguém enfiou a carapuça.
 
É importante lembrar que A Companhia é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade só responsabiliza a própria realidade.
 
Boas leituras

Deve demitir-se?

Deve ser demitido. Mas como se a cumplicidade alastrou?

10 novembro 2014

Direitos Civis

O sonho de qualquer insecto era este. Até ao dia em que forem parar com as costas na choldra e se tornarem noveis recrutas da defesa dos direitos cívicos e da privacidade.
 
Já estivemos mais longe desse dia.
 
 

08 novembro 2014

Cheta

Não há cheta para lâmpadas ou papel para limpar as partes.
 
Há sempre cheta para a tarifa transcontinental em business. 
 
Para estes crimes o perdão vem já a seguir. Nomeadamente sob a forma de uma daquelas coisinhas irreversíveis.

06 novembro 2014

Mudança nas chefias

Uma renovação total. Que já começou. 
 
 

04 novembro 2014

Má consciência

Sempre é melhor do que inconsciência.
 
http://www.nytimes.com/2014/10/18/movies/snowden-film-tests-hollywood-obama-backers-.html?hp&action=click&pgtype=Homepage&version=HpSectionSumSmallMedia&module=pocket-region&region=pocket-region&WT.nav=pocket-region

02 novembro 2014

A lista dos 10

Apesar de não concordar-mos com ela, aqui fica uma lista de 10 filmes de espionagem.