Já lá vão uns aninhos.
O Taberneiro, que não dispensava "As tardes da Júlia" (e que agora não dispensa o Goucha), teve de se tirar dos seus cuidados e chamar à sua toca um conhecido furão.
Vira-se para o furão e diz-lhe: "Olha furão, queres conhecer outras paragens? Ir para outro sítio onde o ar não esteja tão empestado e o ambiente rarefeito?"
- "Quero Taberneiro! Quero muito! Tu sabes que tenho a fêmea longe. E isso só me traz despesa e doenças venéreas. Tu aliás deves saber disso muito melhor do que eu. Até tens mais experiência nestas áreas. Eu só percebo de furar. Enquanto tu furas e também és furado. Tens a cabeça pesadita mas tembém és furado. Diz o que queres Taberneiro!"
- "Sabes que o nosso patrão gosta muito de Companhia, não sabes?". "Sei Taberneiro." Respondeu o furão. "Em tempo até tive de lhe arranjar uns peixinhos. Daqueles da Horta, sabes?", perguntou o furão.
- "Sei, sei. Que eu também lá andei. E por isso é que há muitos por aí que me chamam javardo. Mas eu gosto de ser assim. E como vês, furão, não me tenho dado mal. Mas vamos lá ao que interessa."
- "Diz Taberneiro, diz!"
- "Com os teus contactos e a tua experiência em buracos infectos tens de saber onde está a Companhia. Vai onde quiseres, gasta o que quiseres, pede o que for preciso, mas encontra a Companhia. O futuro do nos mestre depende disso. Depende de Companhia."
- "Assim farei, Taberneiro!"- disse o furão, enquanto saía às arrecuas, fazendo uma vénia e olhando pelo canto do olho para a pernoca da Júlia, ainda visível na LG panorâmica.