Quem ouve o presidente da República, o primeiro ministro, os lideres partidários falarem no SIRP e nos serviços de informações fica com a ideia, FALSA, de que eles atribuem grande importância à sua missão e à sensibilidade das matérias que neles são tratadas.
A falsa importância dos serviços de informações é denunciada, desde logo, pelos processos de nomeação (ou de manutenção) dos seus dirigentes máximos.
A novela porto-riquenha em curso para nomeação do futuro secretário geral do SIRP é disso um bom exemplo.
E se outras razões não existissem, porque é que os senhores primeiros ministros (o atual não é o único) insistem em certas nomeações?
Sobretudo quando nunca lhes terá passado pela cabeça nomear um oficial de informações, por exemplo, para:
-Secretário geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros
-Procurador geral da República
-Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas
-Comandante Geral da GNR
-Diretor Nacional da PJ
-Diretor Nacional da PSP
-Diretor Nacional do SEF
-Comandante Geral da Polícia Marítima
Mas para o SIRP, SIED e SIS serve tudo. Até o refugo.
re·fu·go
(derivação regressiva de refugar)
substantivo masculino
1. Aquilo que sobra, que é posto de lado ou que não é escolhido, geralmente por ter menos qualidade. = REBOTALHO, RESTO
2. O que tem defeito ou não tem valor menor.
3. O que é considerado mais censurável do ponto de vista social ou moral.
"refugo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
NB - O caso de um individuo que há alguns anos ocupou um cargo de dirigente máximo no SIED, ultimamente recordado para justificar a não nomeação de oficiais de informações é usado de modo falacioso. Na verdade, o referido individuo fez carreira num serviço de segurança e transitou (da forma que bem se sabe) para o topo de um serviço de inteligência. Como se alguém que fez toda a sua carreira na GNR de repente fosse nomeado diretor nacional da PJ. Quem o nomeou? Quem propõs a sua nomeação?
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