16 novembro 2014

O jantar do Parque (2)

Continuem a imaginar que:
 
  • Durante algum tempo tudo corre bem ao grupo de servidores públicos que mantêm reféns os serviços do Estado, com a conivência dos vigaristas que governam o dito. Os euros fluem aos milhões num momento em que mais faltam às famílias e aos próprios serviços públicos. Vender por 500 o que não custa mais de 100 é negócio rijo. Qual droga? Que armas? Imobiliário puro e duro. Até ao dia em que alguém se sentiu vigarizado. Era uma questão de tempo. Foram bater a uma porta em Lisboa, ali para as bandas da rua Gomes Freire.
  • Leais servidores do Estado, da polícia e do MP (é verdade, também existem e são a maioria) começam a investigar a itinerância do dinheiro e facilmente descobrem a origem e o destino dos fundos. Ao contrário do mito que altos responsáveis vão pondo a circular, a coisa mais simples do mundo é perceber esses fluxos. E hoje é infinitamente mais fácil e rápido do que era há 20 ou 30 anos
  • Os desleais servidores do Estado são avisados por avençados de que há investigações em curso
  • Habituados a lidar com estes inconvenientes, e com os contactos certos nos jornais do costume (são sempre os mesmos jornais e os mesmos avençados, nem isso conseguem mascarar, tal a má qualidade da manipulação), toca a plantar a notícia da investigação para a descredibilizar e para lançar a suspeita sobre as pessoas sérias envolvidas na investigação
  • Para testar o fim da investigação são solicitados (como de pizzas se tratassem...) uns varrimentos e umas limpezas eléctrónicas (sobre cuja competência técnica e legal nem vale a pena aqui opinar, porque seria desleal, e porque não confundimos quem manda com quem executa, na convicção de que são legítimas as instruções) a serviços amigos, controlados pela nossa gente
CONTINUA

Sem comentários:

Enviar um comentário