29 abril 2016

Os embusteiros

"Relativamente à desclassificação do Manual de Procedimentos do SIS (...) entende-se que o levantamento do segredo de Estado sobre a totalidade do documento exporia o `modus operandi´ das diversas unidades do serviço, fragilizando-o em termos de segurança perante terceiros" refere o ofício de Júlio Pereira para o gabinete de António Costa, ao qual a agência Lusa teve acesso."
 
  • Como é que a Lusa teve acesso a um ofício do gabinete do sirp?
  • Quando se bateu no fundo que mais é que poderá fragilizar?
  • Manter a classificação de um documento que já foi publicado é ridículo ou tão-só patético?
  • Como é que o parlamento e a presidência continuam a manter as aparências perante tamanho embuste?

O Desafio da Mochila (1)

Quem é que levaria na mochila:
  • 1 dildo de pau preto
  • 4 caixas de 50 preservativos XXL
  • 1 litro de oxidante de 40 volumes
  • 1 fato de latex bondage adapted
  • 1 embalagem de manteiga de amendoim

28 abril 2016

Afinal a vaca não era sagrada

«O gabinete do primeiro-ministro aceitou parcialmente o pedido do tribunal que julga o 'caso das secretas' para levantamento do segredo de Estado nas matérias com relevância para a defesa dos arguidos, informou esta quinta-feira a juíza presidente.
 
Na audiência de julgamento de hoje, a juíza presidente do coletivo Rosa Brandão informou os advogados que o tribunal recebeu na quarta-feira a resposta do gabinete de António Costa ao pedido do tribunal para que fosse levantado o segredo de Estado.»
 
  • Afinal a única pressão que havia era a "notícia à pressão" do Charlie Mike
  • Uma coisa que era tão complexa revela-se agora muito simples
  • Estamos cada vez mais próximos do início do que do fim

A parceria estratégica

Conta-se nos corredores da Ameixoeira que em ilo tempore um antigo e um actual alto dirigente das secretas fizeram um pacto, ao estilo Molotov-Ribbentrop, para partilharem os favores de uma donzela.
 
E corria de forma tão escorreita tal acordo de parceria (e não era a saudosa modalidade de parceria pecuária que alguns estarão já a associar) que um disfrutava às terças e quintas e o outro às segundas, quartas e sextas.
 
Os fins de semana eram criteriosamente divididos de acordo com uma fórmula algébrica que até hoje se encontra guardada no cofre pessoal de um outro antigo dirigente. E isto porque foi invocada por uma das partes num auto de reclamação consensualmente remetido para decisão do referido dirigente. Ciente do potencial de pericolosidade de tal documento apressou-se ele a subtraí-lo das mãos e das vistas de todos.
 
Em boa hora. Hoje já todos esqueceram os termos de tal parceria estratégica. Todos menos alguns.

27 abril 2016

Big data

A diferença entre Big Data e uma data de disparates que têm sido ditos em alguns periódicos de média circulação (entre a Baixa Chiado e a Reboleira) é que ao contrário do que dizem os nossos peritos em ciberterrorismo (e também em ciberignorância) Big Data não tem apenas a ver com o volume dos dados.
 
Além da grande dimensão, para merecer o apodo de BIG os dados têm de ter capacidade de circular com grande velocidade e de terem uma natureza variada (dados não estruturados, cappicce).
 
Mas também é claro que a maior parte destes especialistas estão mais familiarizados com o Big Mac. E até com outras coisas igualmente bigs.

26 abril 2016

O Desafio da Mochila

A Companhia, seguindo o de perto a iniciativa do Ministério da Educação, decidiu promover um dois em um. Por um lado lançou o desafio da Mochila a algumas figuras bem conhecidas da nossa mínima e muito discreta comunidade das informações. Por outro lado lança o repto aos leitores da Companhia, na sua esmagadora maioria também eles membros dessa mesma comunidade, de tentarem adivinhar qual a mochila de quem, mediante os objectos escolhidos nela guardados. As respostas podem ser enviadas pelos canais do costume ou até através da caixa de comentários da Companhia.

Notícias à pressão

"O tribunal está a pressionar o gabinete do primeiro-ministro para que António Costa tome, o mais rápido possível, uma decisão sobre o pedido de levantamento do segredo de Estado de matérias que dizem respeito ao serviço de informações português. O silêncio de António Costa dura há mais de um mês, apesar da insistência por parte das Varas Criminais de Lisboa, que têm em mãos o julgamento do caso das secretas. Segundo apurou o Correio da Manhã, a falta de resposta tem levado ao adiamento sucessivo do julgamento no último mês. "Já foram feitas várias insistências e até ao momento nada", explicou uma fonte do tribunal. Esta é a 1ª vez que o coletivo de juízes, liderado por Rosa Brandão, pede a identificação de uma fonte e operação das secretas e a cópia do manual de procedimentos dos espiões. "
 
Duas ou três coisinhas:
 
  • Ao fim de três semanas alguém piou
  • O texto é uma não-notícia
  • O autor não é do «millieu» para confundir a origem e assim não "correr mal" para alguém
  • Os tribunais não são apenas formados pelos juízes
  • Esta não é a primeira vez que é pedido o levantamento do segredo de estado. Nem por este colectivo, neste julgamento, nem por outros colectivos, noutros julgamentos.

25 abril 2016

olheiros ou olheiras?

Quadros qualificados de empresas e universidades são alvo de olheiros de secretas estrangeiras, que apoiam os seus países a recrutá-los em Portugal, aproveitando o ambiente de crise económica. Facto destacado no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), que regista uma intensa atividade de espionagem estrangeira no nosso país. Atinge vários setores de atividade e "representa uma ameaça real à segurança interna e aos interesses nacionais".
 
Pergunta: É assim desde a fundação da nacionalidade ou 2016 foi um ano excepcional?
 
Outra pergunta: Só empresas e universidades? Não se estão a esquecer de nada?

22 abril 2016

Detenções na Ameixoeira

A Polícia Judiciária deteve o terceiro suspeito de estar envolvido no tiroteio da semana passada no bairro lisboeta da Ameixoeira. O homem foi detido no Minho.
 
Antevisões?

21 abril 2016

Nem um pio

Pela terceira semana consecutiva nem uma notícia sobre as secretas.
 
Diz o adágio que No news is good news.
 
Noutros casos é apenas podridão e decadência. E medo. O medo imposto aos sequazes da rua do grémio. Calaram-se os mensageiros do costume avisados sobre possíveis (e mais do que prováveis) consequências.
 
Os outros já só se riem de tão patética em que a situação se transformou.
 
PS: Aqui não há passarinhos nem pius.

O Gil Trocado

Sempre constituiu, senão o maior, um dos maiores mistérios que ensombrou a alta de Lisboa.
 
Ele até era um bom rapaz. Um pouco tímido até.
 
Vivia no sonho de encontrar o amor.
 
O coração pedia mais, mais calor.
 
Ela apareceu, e a beleza dela desde logo o prendeu. Gostaram um do outro e ele alcançou o maior bem. Foi feliz.
 
Só pensava nela a toda a hora, sonhava com ela pela noite fora, chorava por ela se ela não vinha.
 
Só falava nela em cada momento, vivia com ela no pensamento. Ele sem ela, não lhe convinha.
 
E por isso hoje está mais perto dela

20 abril 2016

Coitado do Camiloff

Será que ele foi ter com a Vladimira?

18 abril 2016

O eixo Belém - Junqueira

É por aqui que vai passando tudo o que efectivamente importa para a definição do futuro da Comunidade de Informações em Portugal.
 
Os almoços de trabalho às quartas na Enoteca já estão a chamar tais atenções que talvez seja de considerar rever procedimentos.

15 abril 2016

Alvissaras

A quem souber a identidade do distinto membro (m/f) da madrassa da Tileninha que andava ontem (ou seria já hoje?) de madrugada num conhecido (e discreto) bar do "Bravo Alfa" a interrogar num louvável inglês muitos dos presentes.
 
Perdoa-se o estado do fígado pela risota que causou.
 
Elementos da Companhia que assistiram a toda a cena comentaram que o "distinto" já estaria a "estagiar para uma estação".
 
Começam cedo.

14 abril 2016

Ai os afectos!

A propósito da polémica gerada à volta da demissão do general CEME, duas ou três notas ():
  • Fazendo jus ao nome, Jerónimo, mostrou grande dignidade fazendo uma coisa que não é vulgar na nossa administração pública: pediu para ser exonerado. E fê-lo sem aquelas palhaçadas inventadas durante o passismo, de má memória, do "pediu a demissão mas não foi aceite". De hipocrisia temos de facto todos a nossa dose.
  • O lugar dos tenentes-coronéis não só não são as paǵinas dos jornais, como o não são também os estabelecimentos de ensino. Os militares servem nos quartéis ou equiparados, ou em teatro de operações.
  • O Exército é um ramo das forças armadas e enquanto tal a sua vocação não é, nem pode ser (sobretudo em 2016 - século XXI), gerir estabelecimentos de ensino de qualquer grau (básico, secundário ou superior).
  • Definam de uma vez por todas o estatuto do colégio militar: ou é público e tem de ser integrado na rede de ensino secundário e gerido nos mesmos termos que qualquer escola secundária (também em matéria de curriculos e contratação de docentes e trabalhadores e eligibilidade de alunos) ou é privado e passa a ser financiado, sobretudo, pelas mensalidades pagas pelos pais dos alunos (as aulas de esgrima, natação ou equitação, por exemplo, são um exclusivo inexistente noutras escolas públicas).
Nas entrelinhas poderão perceber que o que fica dito tem tudo a ver com informações.

13 abril 2016

Conselheiro win-win

"É a lógica do win-win: se percebem que têm vantagens nisso as empresas acolhem o agente secreto. E as firmas podem, por seu turno, ser úteis a actividades que os serviços de inteligência queiram desenvolver", descreveu **Heitor Romana**, antigo conselheiro da embaixada portuguesa na Rússia - designação que ocultava a sua verdadeira missão de **oficial de ligação entre os espiões de Lisboa e os de Moscovo**.
 
Digam lá ao homem que essa lógica é como a da batata.
 
Obrigado ao Tretas.

12 abril 2016

Solitários do asfalto

De Barlavento para Sotavento. E vice versa.
 
De Sul para Norte. E vice versa.
 
Da estupidez para a inteligência. E vice versa.
 
 
 
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É o que dá a Companhia ser um produto de ficção. Ai se não fosse!

11 abril 2016

Leitores de todo o mundo


Portugal

1705

Estados Unidos

195

Brasil

94

Alemanha

51

Austrália

19

Romênia

17

Moçambique

13

Angola

12

Rússia

12

Venezuela

8

08 abril 2016

O balão de ensaio

"Não querendo chegar a tal ponto, os socialistas começam, no entanto, a ensaiar discussões internas que reforçam substancialmente os poderes das secretas portuguesas na prevenção e combate do terrorismo.
 
A ideia é permitir aos espiões portugueses que tenham acesso não ao conteúdo das comunicações entre pessoas mas acesso aos metadados (por exemplo, às faturações detalhadas dos telemóveis dos suspeitos para que se perceba a quem telefonaram, quando e durante quanto tempo)."
 
Simples constatações:
 
  • Reino Unido, Espanha, França, Bélgica (na Europa) têm sistemas de recolha e avaliação de metadados (e intercepções "puras e duras") e têm dificuldades na prevenção e combate ao terrorismo.
  • Afeganistão, Iraque, Síria e Turquia permitem o acesso a "tudo e mais alguma coisa" e têm gravissimos problemas de terrorismo.
  • A PJ, a GNR, a PSP, o SEF podem aceder a metadados e a intercepções sempre que tal se justifique. E justificar-se-á sempre que o SIS comunicar, nos termos da lei, indícios sérios de actos preparatórios de terrorismo (que inclui todos aqueles que a lei elenca).
  • A peça jornalística do DN tem uma origem diversa do Óraculo. O que desde logo indicia uma "diferente narrativa". Quase diríamos que é inspirada nos sectores do PS que não querem nem desejam mexer na lei a pretexto do argumento serôdio do combate ao terrorismo.
  • Dar como certo que António Costa vai permitir o acesso a metadados aos serviços de informações e depois dar conta de oposição de sectores do PS, dos grupos parlamentares que apoiam o Governo à sua esquerda (BE, PCP e PEV) e do próprio Tribunal Constitucional é negligenciar a inteligência política e emocional do primeiro-ministro.
  • Publicar uma fotografia de um antigo director do SIS a contas com a Justiça, exactamente porque se diz que acedeu ilegalmente a metadados, fazendo crer que estamos a falar da mesma coisa não é bom serviço jornalístico. O acesso aos metadados nunca foi justificado como acção de prevenção ou combate ao terrorismo. O objectivo era bem diverso e prosaico. Talvez seja isso que quem inspirou a peça jornalística quer demonstrar: se aconteceu no passado pode acontecer no futuro.
Juízo precisa-se.