29 janeiro 2016

Um pinto a andar de mota

Além do depoimento de João Luís, Teresa Almeida também mandou juntar à certidão as declarações feitas esta quinta-feira pelo ex-deputado do PSD Paulo Mota Pinto, ouvido como testemunha enquanto presidente do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (CFSIRP). A iniciativa da magistrada foi aprovada pela juíza Rosa Brandão, que preside ao coletivo do julgamento do caso das secretas.

CRIME

O Ministério Público propôs e o colectivo de juízes aprovou uma certidão para a abertura de um novo inquérito-crime sobre a alegada existência de equipamento de escutas ambientais nos serviços secretos. Vão ser extraídas as declarações em julgamento de João Luís, antigo diretor operacional do SIED, para que a investigação possa ter lugar

Um pouco de história

A Companhia a prestar serviço público.

28 janeiro 2016

Telefones que escutam telefones

Antes das tecnologias existia, existe, material para escutas. Estive envolvido em várias dessas escutas e esse material ainda deve lá estar". Aparelhos esses que, explica, serviam para escutar "telefones fixos, de sala para sala". Hoje em dia, porém, o material técnico é outro e é utilizado em várias escutas ambientais, mas não em telemóveis: "Que eu saiba não existe nenhum para escutas de telemóveis".
 
Uma aula ambientalista.

27 janeiro 2016

Abrir o livro e a biblioteca

O Ministério Público deverá ser confrontado em breve com a necessidade de investigar a alegada prática generalizada de escutas ilícitas por parte dos serviços de informações. Tudo porque João Luís, ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) que está a ser julgado pelos crimes de acesso indevido a dados pessoais e abuso de poder no âmbito do chamado caso Ongoing, extravasou as fronteiras do processo na última sessão e afirmou claramente que os serviços de informações têm uma atividade regular que lhes está expressamente proibida pela lei: a realização de escutas ambientais. Perante a surpresa geral do tribunal, João Luís resolveu 'abrir o livro' – parte dele, pelo menos.

26 janeiro 2016

Notícias da frente

Se quer contar uma história, partilhar uma notícia ou um segredo, desabafar relativamente à atitude de um dos muitos cab...ões que polulam nos corredores do "chiqueiro" (lugar muito sujo, chafurda, pocilga, porqueira) não hesite
 
 
A sua consciência ficará bastante mais tranquila. A dos poltrões (se a têm) ficará com ainda mais insónias.

Eu nunca pedi um beijo

...quem mo deu foi meu amor.
 
Uma novela do século XXI.

25 janeiro 2016

É o modus operandi, estúpido!

"É "modus operandi" dos serviços terem acesso aos dados das operadoras (de telecomunicações) ", enfatizou João Luís, que durante 27 anos exerceu diversas funções nas secretas, primeiro no SIS e depois no SIED.

22 janeiro 2016

Jantaradas memoráveis

Estas.

21 janeiro 2016

Em princípio e no fim

O arguido referiu que, depois do caso Nuno Simas, teve ainda dois outros pedidos para aceder às chamadas de terceiros, uma delas por escrito. Insistiu que toda a atividade dos serviços é "posta em relatórios" que são, em princípio, do conhecimento do secretário-geral do SIRP (Serviço de Informações da República Portuguesa).
 
De quem seriam esses telefones? Será que algum dos actuais candidatos presidenciais estava na short list?

20 janeiro 2016

O rebentamento

Entretanto, o caso das secretas rebentou e Silva Carvalho não regressou às secretas, numa altura em que era apontado como provável novo secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP).

19 janeiro 2016

A estragação

João Luís confessou que este processo lhe estragou a vida profissional e familiar, que está hoje divorciado e reformado, com uma pensão de 1.400 euros e dois filhos a viver com ele.
 
O tal processo foi apenas um grão de areia na estragação que andam a fazer há muitos anos. Vidas profissionais e familiares estragadas são às dezenas.
 
Nas forças de segurança vidas estragadas são aos milhares. Algumas perdidas irremediavelmente.
 
Tudo sob o odor diáfano da alheira. E com Mirandela no pensamento.

18 janeiro 2016

Simplismos

No Google, e porque ele fala, alguém reduziu esta tribuna às seguintes palavras de busca:
  • blog
  • inteligência
  • vinho
  • alheira
É certo que gostamos de coisas simples. Mas isto é simplismo.
 
Há muito mais blogue para além das palavras pesquisadas.

15 janeiro 2016

O fundidor

Justificou ainda a contratação de Silva Carvalho pelas suas qualidades de gestor, observando que este tinha concretizado com sucesso a fusão de serviços nas secretas.
 
Um sucesso que está à vista de todos. Tanto sucesso que nos últimos 5 anos terão sido mais de uma centena de elementos a querer mudar de ares.
 
Percebe-se a natureza do depoimento sobretudo se contextualizado na quadra de natal, as fadas e toda a fantasia.
 
O grupo de Mirandela/Pesqueira é que não deve ter achado muita piada à sonegação de créditos.

14 janeiro 2016

O abridor

Apesar de reconhecer que foi ele que "abriu a porta" para que Silva Carvalho trabalhasse na Ongoing, Nuno Vasconcellos disse ter sido Rafael Mora, vice-presidente executivo da empresa, que tratou das questões salariais e outros aspetos da contratação.
 
Noutras empresas, mais modestas é certo, são assistentes administrativos que tratam destas minudências. Aqui só havia vice-presidentes. À americana, claro está. E com o sucesso que se vê.

13 janeiro 2016

O amargurado

Nuno Vasconcellos revelou ter conhecido Silva Carvalho na Maçonaria há vários anos, depositar nele "grande confiança" e ter aceitado o seu pedido para o contratar porque o então diretor do SIED "andava amargurado" com o que se estava a passar nas secretas.
 
E será que estava amargurado ao ponto de andar a chorar no ombro de algum jornalista que quisesse denunciar o malestar nas secretas?
 
Amargo é nome de fonte?
 
E amarguinha?
 
Tudo isto é extraordinário.
 
 

12 janeiro 2016

Os facilitadores do costume

O presidente da Ongoing revelou esta quinta-feira que, quando Passos Coelho assumiu o cargo de primeiro-ministro em 2011, várias pessoas ligadas ao Governo lhe pediram que facilitasse o regresso às secretas do ex-"espião" Jorge Silva Carvalho.
 
Provavelmente os mesmos que negam que sequer o tenham conhecido.
 
Ou até os mesmos que beneficiaram das notícias publicadas em agosto de 2010, gentilmente fornecidas aos jornalistas do Público por gente de confiança da personagem aventureirista.
 
Uma operação de informações mal planeada e desastradamente executada.

11 janeiro 2016

É a vida

"No final (da história) levei um pontapé. É um exemplo que fica para os (colegas) que lá estão (nos serviços", disse, queixando-se da falta de apoio que teve do secretário-geral, que alegadamente lhe terá dito" Você foi apanhado no meio disto tudo. É a vida".
 
É desta massa que é feita a excelência do sistema.
 
A liderança pelo exemplo.

Acordo mínimo

Para fiscalizar, ou "fazer de conta", entram dois elementos com notável curriculo em matéria de informações e defesa de direitos liberdades e garantias dos seus concidadãos.
 
Já nem se dão ao trabalho de fingir.
 
 

08 janeiro 2016

Literatura

Trabalho em equipa

O antigo director-adjunto do SIED, Heitor Romana, que estava colocado em Moscovo à data dos factos, e a quem Silva Carvalho pediu informações sobre "os antecedentes de dois supostos amigos do Putin" condenou a utilização abusiva dos serviços de informações para fins privados. Falando no julgamento de Silva Carvalho, Romana confirmou ter recebido o pedido e ter respondido para o email do ex-director do SIED. "Vejo, de qualquer forma, com muita perplexidade a entrega de um documento oficial dos serviços a uma entidade externa", no caso a Ongoing, via Fernando Paulo Santos. "Isso é impensável."
 
A verdade é que, segundo provas da acusação, Silva Carvalho já negociava com Nuno Vasconcellos a entrada na Ongoing muito antes destes estranhos pedidos para Moscovo. No dia 23 de Outubro, uma semana antes de pedir a Heitor Romana que investigasse os dois cidadãos russos com que a Ongoing pretendia negociar, Jorge Silva Carvalho comunicou por sms a Nuno Vasconcellos: "Estou decidido. Se quiseres, a partir de 01DEZ10 sou da tua equipa."

07 janeiro 2016

Kung Fu

Quando vieram a Lisboa, em 2011, os dois russos foram recebidos na Ongoing por um grupo de administradores que já incluía Silva Carvalho. Numa nota quase humorística, Santos revela que o nome de código "Panda" existia, mas era na Ongoing, e para o próprio Silva Carvalho. A alcunha Panda do Kung-Fu terá pegado, dada a conhecida prática daquela arte marcial pelo antigo espião.
 
Kung Fu ou Fung Ku?

06 janeiro 2016

Aqui há Rato

Fernando Paulo Santos viajou, com outro quadro da Ongoing, Vasco Rato, para a Grécia. Conheceram o porto e os dois russos. E ambos desaconselharam a Ongoing de avançar no negócio. Vasco Rato contou, à revista Sábado, uma versão semelhante desta história. E até brincou com a "qualidade" do relatório dos serviços secretos fornecido por Silva Carvalho: "O que eu possa eventualmente ter lido sobre os russos não me surpreendeu porque nada acrescentou ao que eu já sabia quando investiguei no Google."
 
Ai se o Google falasse.
 
O problema é que ele fala. Mas numa língua que as alheiras não entendem.

05 janeiro 2016

Vladimir Putin

A história, garante, é bem mais simples. A Ongoing pretendia uma sociedade com os dois russos, comprando uma parte do porto privado (e não militar, como afirma Silva Carvalho) de Astakos. A finalidade seria instalar ali uma fábrica de fertilizantes para exportar para o Brasil. Segundo Fernando Paulo Santos, a ideia do negócio partiu de Nuno Vasconcellos, o dono da Ongoing, que lhe terá pedido para que contactasse Silva Carvalho, no SIED. Santos pediu, Silva Carvalho respondeu, esta parte é pacífica, e está documentada pelo Ministério Público. Mas o negócio gorou-se.
 
Era um investimento avultado - mais de mil milhões de euros -, para o qual a Ongoing não tinha capacidade financeira. Mas Nuno Vasconcellos terá insistido, alegadamente porque pretendia, através dos russos, aproximar-se de Vladimir Putin, para o incluir no lote de investidores nos seus produtos financeiros.
 
Mitómano? It takes two...

04 janeiro 2016

Follow the money

Fernando Paulo Santos quer saber os valores que Silva Carvalho afirma ter-lhe pago e quer ver as provas do pagamento. "Nunca recebi um cêntimo." Não só garante nunca ter recebido, como que se recusaria a trabalhar para os serviços de informações. "Seria indigno. Nunca trairia o país onde nasci [Angola], nem os amigos que possa lá ter. E nunca fui informador de ninguém."
 
Nem podia sê-lo, garante, porque entre o ano de 2007, quando conheceu Silva Carvalho, e 2009, Fernando Paulo Santos não viajou sequer para Angola.
 
Se um diz que pagou e o outro diz que não recebeu...é só fazer as contas. E iniciar uma nova linha de investigação.
 
A Companhia aposta que estamos cada vez mais perto do início do que do fim deste CASO DAS SECRETAS.

31 dezembro 2015

A técnica

Devido a alguns problemas técnicos a migração definitiva para a nova morada está comprometida. Vamos continuando por aqui.
 
BOM ANO NOVO.

Controlo directo de fontes ou a roda livre

A primeira incongruência que Fernando Paulo Santos aponta na versão de Silva Carvalho é precisamente o desconhecimento da sua ligação à Ongoing. Se fosse mesmo sua "fonte", ainda por cima uma que "controlava directamente", como é que o espião podia desconhecer o seu principal emprego? Mas há mais… Santos afirma ter testemunhas de que os dois se encontraram, na sede da Ongoing, quando Silva Caravalho ainda dirigia o SIED.
 
O SIRP em absoluta roda livre. Nas conferências, cursos, seminários e workshops nem uma referência a esta temática.
 
Sob o ténue aroma da alheira, NO PASA NADA.

30 dezembro 2015

É mentira! É mentira! É mentira sim senhor!

"É mentira", afirma Fernando Paulo Santos, ao PÚBLICO. O empresário luso-angolano esclarece, aliás, que pretende pedir ao Ministério Público que o arrole como testemunha para apresentar, em Tribunal, a sua versão desta história que, como veremos, é totalmente diferente da de Silva Carvalho. Tanto, que está a preparar uma queixa-crime contra o ex-director do SIED por difamação. "Esse senhor é um mitómano", conclui Santos.

29 dezembro 2015

Pequenos pormenores

A Ongoing, que era afinal a principal interessada em toda a história dos dois cidadãos russos, porque queria ser sócia do porto grego, nem foi chamada para a versão dos factos de Silva Carvalho. O ex-espião garantiu ao Tribunal que nem sequer sabia que Fernando Paulo Santos era quadro da empresa… "Só em Fevereiro ou Março de 2011 é que me apercebi disso, quando ele foi chefiar a Ongoing África."
 
Comer muito queijo pode dar nestas coisas.

28 dezembro 2015

Canais negros

E Fernando Paulo Santos? Silva Carvalho continua a sua "revelação": Era uma "fonte" da secreta, que recebia um pagamento (que segundo informações não confirmadas costuma ser próximo dos 5 mil euros mensais, segundo a prática das secretas) e tinha o nome de código "Panda". "Era usado pelos serviços para fazer passar mensagens à nomenclatura de Angola através daquilo que designamos como canais negros, que são paralelos aos canais diplomáticos", afirmou Silva Carvalho, no julgamento, na passada quinta-feira, 3.
 
 

23 dezembro 2015

Delírio alvar ou alarve?

O próprio porto, na Grécia, era um "alvo" para os serviços, elucidou Silva Carvalho: "Era um porto militar usado pelos Estados Unidos para operações encobertas de envio de armas para o Médio Oriente." Esta é talvez a parte mais desconcertante do depoimento, uma vez que o ex-director do SIED parece querer dizer que os EUA usam um porto privado russo para desembarcar armas, e que a secreta portuguesa vigia atentamente estas manobras, mas ainda há mais…

22 dezembro 2015

O contador de histórias

No julgamento em que responde por estes crimes, o antigo responsável pela secreta portuguesa que opera no exterior contou uma nova versão desta história. Negando que tivesse passado o dossier sobre os dois cidadãos russos à Ongoing, Silva Carvalho defendeu-se da acusação contando uma história inédita.
 
Pediu para investigar os "antecedentes" dos dois cidadãos russos porque pretendia recrutá-los para a secreta portuguesa: "Quando fui confrontado com os dois russos, a primeira coisa que pensei foi na forma como poderíamos chegar à fala com aquelas pessoas, para as ter a trabalhar para nós."
 
Percebe-se a propensão do arguido para FONTE. Se fosse fonte que nome ela própria se atribuiria?

21 dezembro 2015

Nova morada

Email compulsivo

A Ongoing pretendia adquirir a quota do Estado russo no porto, privado, de Astakos, e por isso procurou, junto de Jorge Silva Carvalho, obter informações. Mas o procedimento habitual não foi seguido. O SIED não dá às empresas, directamente, informações sobre pessoas recolhidas pelos seus agentes. Tudo tem de ser filtrado, e obedece a um protocolo. Desta vez, não foi bem assim… Um alto quadro da Ongoing, Fernando Paulo Santos, pediu directamente a Silva Carvalho. E o director do SIED respondeu. Por email.
 
E não ter sido por SMS deveu-se, certamente, a desatenção. Ou à compulsão de carregar no Reply.

18 dezembro 2015

Conflitos diplomáticos

A acusação considera que "o arguido Silva Carvalho agiu (...) de modo a provar ao presidente do Grupo Ongoing que podia obter, através do Serviço de Informações da República, informação relevante para os respectivos interesses particulares (...) com o propósito de assegurar o contrato com a Ongoing." Esta é, continua a acusação, uma história grave, susceptível de "gerar conflitos diplomáticos" e "pôr em causa a segurança de missões e de recursos humanos colocados no exterior do país". 
 
 
 

17 dezembro 2015

O mitómano

Suposta "fonte" das secretas acusa Silva Carvalho de ser um "mitómano".
 
Consultado o Priberam, encontramos a seguinte definição: "que ou quem tem tendência impulsiva para mentir".
 
Está tudo dito.
mi·tó·ma·no
adjectivo

1. Relativo a mitomania.

adjectivo e substantivo masculino

2. Que ou quem sofre de mitomania; que ou quem tem tendência impulsiva para mentir.


"mitómano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/mit%C3%B3mano [consultado em 16-12-2015].
adjectivo

1. Relativo a mitomania.

adjectivo e substantivo masculino

2. Que ou quem sofre de mitomania; que ou quem tem tendência impulsiva para mentir.


"mitómano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/mit%C3%B3mano [consultado em 16-12-2015].
mi·tó·ma·no
adjectivo

1. Relativo a mitomania.

adjectivo e substantivo masculino

2. Que ou quem sofre de mitomania; que ou quem tem tendência impulsiva para mentir.


"mitómano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/mit%C3%B3mano [consultado em 16-12-2015].

16 dezembro 2015

Os oportunistas

Perante os ataques terroristas uns vêm tragédia e barbárie. Outros apenas oportunidade.
 
Na América como em Portugal.

14 dezembro 2015

Desfazados

Por cá intensifica-se a campanha dos metadados. Na América nem tanto.
 
As agendas dos políticos e lojistas nacionais entrecruzam-se para conduzir ao ridiculo. Sem remédio.

07 dezembro 2015

Para que serve o segredo de estado?

"Em tese, porque não posso abordar este assunto em concreto, os serviços têm competências que estão descritas na lei, que explica como algumas atividades lhes estão vedadas. Mas a lei não diz que meios se podem usar. São meios claramente ilegais. Como, por exemplo, vigiar pessoas no espaço público, fotografá-las, filmá-las. São matérias que estão abrangidas pelo segredo de Estado", explicou o antigo espião, para depois sintetizar: "O segredo de Estado serve na prática para se evitar falar do modus operandi".

04 dezembro 2015

Uma questão de carácter

Ex-diretor-geral do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa acusa o número 1 das secretas, Júlio Pereira, de "falta de carácter e falta de sentido de Estado" e diz que decisão de espiar lista de chamadas de jornalista do "Público" foi tomada em conjunto com ele.

Micael Pereira

03 dezembro 2015

Só 90%?

Silva Carvalho acusa número 1 das secretas: "90% do modus operandi é ilegal"

02 dezembro 2015

Parolices

"Os Lusíadas" inspiram brasão do patrão das secretas portuguesas.

01 dezembro 2015

O trocas e o baldrocas

Na nota à imprensa, o gabinete de Passos Coelho lembrava que Silva  Carvalho admitiu, numa entrevista ao DN, que "transmitiu a entidades privadas"  quando ainda estava em funções, "através do seu e-mail pessoal", informações  sobre diversas matérias.

30 novembro 2015

Riso que mata

O inquérito do SIRP é uma peça risível. Um monumento ao vazio e à inação. O mesmo Estado que nos assalta implacavelmente, bloqueia perante as ilegalidades que se cometem em seu nome.

27 novembro 2015

Filmes sobre espiões a sério (6)

MI-5

26 novembro 2015

Paris e os metadados

Os avençados aproveitaram a perda de vidas humanas para, de forma cruel e oportunista, lembrarem que o Tribunal Constitucional rejeitou a possibilidade de os serviços de informações acederem a metadados.
 
Mesmo com acesso a metadados a França não evitou o inferno.
 
E, perante fortes suspeitas, nada (e muito menos a Constituição) impede o acesso a metadados e a intercepções de comunicações por parte de quem tem a seriedade, a responsabilidade e a competência para garantir a segurança dos cidadãos portugueses.
 
O Tribunal Constitucional apenas antecipou uma constatação advinda de uma recente confissão em juízo: cidadãos que não são suspeitos de coisa nenhuma são vigiados, fotografados e escutados. E talvez por isso não sobre muito tempo para perseguir o terrorismo.
 
Combater o terrorismo passa por desalojar os seus aliados tácitos dos lugares onde estão infiltrados.

25 novembro 2015

Paris, França

Qualquer vida perdida é demasiada.
 
Qualquer vida que é salva é uma vitória.
 
Vale a pena lutar pela vida.
 
E nunca é demais lembrar o que sempre foram os valores da Companhia da Inteligência:
 
"Those who would give up essential liberty to purchase a little temporary safety deserve neither liberty nor safety." Benjamin Franklin (1706 - 1790).
 
Nós nunca desistiremos da Liberdade. E por isso merecemos a Segurança. A verdadeira.

24 novembro 2015

Lembrar Bairrão

No dia em que a lista de secretários de Estado foi levada a Belém, o Governo pediu informação detalhada sobre o administrador da TVI.

23 novembro 2015

Caixas de cerveja

Afinal nem só de ofertas de emprego vivem os espiões.

20 novembro 2015

Filmes sobre espiões a sério (5)

The Man from U.N.C.L.E.

19 novembro 2015

Não é nada estranha ao caso

Júlio Pereira, que é magistrado do Ministério Público e está à frente das secretas há dez anos, não é uma personagem estranha ao caso. Foi ele quem apresentou a queixa no Ministério Público (MP) que deu origem ao processo judicial – depois do Expresso ter revelado o caso - e até já foi ouvido, em agosto de 2011, no auge do escândalo.

18 novembro 2015

Filmes sobre espiões a sério (4)

Kingsman: The Secret Service

17 novembro 2015

A seu pedido

A elegância do unto.

16 novembro 2015

13 novembro 2015

Filmes sobre espiões a sério (2)

Mission: Impossible - Rogue Nation

12 novembro 2015

11 novembro 2015

Punibilidade constitucional

Temos sempre presentes estes nobres pensamentos.
 
http://www.dn.pt/portugal/interior/enriquecimento-ilicito-e-punivel-1510218.html
 
 

10 novembro 2015

Filmes sobre espiôes a sério (1)

007 - Spectre.
 

09 novembro 2015

Programa de Governo

É comovente ver como o Regime do SIRP aparece no documento apresentado aos senhores membros da deputação nacional.
 
Tão comovente que sabemos que alguns já estão a verter lágrimas por adivinharem o futuro,
 
É o que dá receber conselho de quem confunde a soberba com política. E ainda estamos no princípio.
 
Ebora tam arcta et fovere.

República das (dos) bananas

A técnica de esconder uma coisa à vista de todos.

06 novembro 2015

Comunistas e bloquistas

Ou apenas realistas.
 
A Companhia tem o dever patriótico de alertar para os vários cenários. Os outros podem continuar a chafurdar na intriga, no TINA e no culambismo .

04 novembro 2015

As escutas secretas

Júlio Pereira, secretário-geral e coordenador dos Serviços de Informação foi ao Parlamento defender que seria muito útil poder controlar os funcionários dos seus serviços utilizando escutas e o polígrafo da verdade.

http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=53949

Ano da internet de 2012.

03 novembro 2015

Brincadeiras de crianças

Na versão americana.

29 outubro 2015

Ri-se de quê?

Recorda, provavelmente, o olhar prescrutante do R...

O panda do google

Também conhecido nas secretas pela alcunha de Panda Kung-Fu, Silva Carvalho  é acusado de ter posto os serviços que dirigiu até 2010 a recolherem informação para o grupo Ongoing, que havia depois de oferecer-lhe um cargo bem remunerado. Em causa está, nomeadamente, uma investigação feita pelos agentes secretos  a dois empresários russos com quem a Ongoing estava a negociar a entrada no capital de um porto grego. Grande parte da informação, senão toda, foi obtida via Google. Mesmo assim, o relatório então produzido pelas secretas foi classificado como "top top secret", uma designação que, segundo Júlio Pereira, nem sequer existe nos seus serviços.

28 outubro 2015

Mais abertamente?

Jorge Silva Carvalho pediu o levantamento de segredo de Estado a que estava vinculado, para falar abertamente em sua defesa, mas o pedido foi recusado.

27 outubro 2015

E ninguém questiona: a que propósito

Admitiu que não seria ilegal que o SIED respondesse a questões da Ongoing sobre a idoneidade de empresários russos envolvidos num negócio com a empresa portuguesa, mas sublinhou que a obtenção dessas informações deveria ter seguido as vias normais.
 
Empresários deste país: perguntem às secretas sobre a idoneidade de quem quiserem, elas respondem se forem seguidas as vias normais.

26 outubro 2015

Confusão é eufemismo

Em resposta ao advogado Francisco Proença de Carvalho, defensor do presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos, a testemunha disse nunca se ter apercebido que houvesse "confusão" de papéis entre a empresa e o SIED, mas deixou bem vincado que um funcionário não pode trabalhar em matérias para uma empresa para a qual vai trabalhar.
 
Esta merece uma sonora gargalhada: ahahahahahahaha

23 outubro 2015

Mister versus Lady

A cada um de acordo com o que que merece.

Chamem a marcelona

Interrogado sobre questões relacionadas com o assunto dos "aviões líbios" e as fontes envolvidas, a testemunha invocou também o segredo de Estado.

22 outubro 2015

O sr Consistência

Quando falta a vergonha, na cara e noutras partes do corpo, dizem-se dislates desta natureza.
 
Para inglês ver.
 
Um atentado. Não à Companhia mas à Inteligência.

Poker

Nunca é tarde para aprender a jogar. Às vezes a sobrevivencia depende da habilidade com que se joga. Este apenas demonstra sorte de principiante .

O manual secreto, que toda a gente conhece

Quanto ao manual de procedimentos dos serviços de informações, o secretário-geral do SIRP escudou-se também no segredo de Estado para não adiantar quaisquer pormenores sobre o modo de atuação das secretas.

21 outubro 2015

Desvinculado, mas pouco

A testemunha esclareceu contudo que Jorge Silva Carvalho, ex-diretor do SIED e arguido no processo por alegadamente trocar favores com a empresa Ongoing, ficou "totalmente desvinculado" do SIED a 30 de novembro de 2010.

20 outubro 2015

Azia nas secretas. E não só.

Causada pela mera possibilidade. E bem se percebe porquê.
 
Évora fica tão fora de mão.

O lidador

Perante a insistência do advogado Paulo Simões Caldas (defensor do ex-funcionário do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa/SIED João Luís), o secretário-geral do SIRP aludiu ao segredo de Estado para não responder à questão, depois de também ter dito que "não lidava com questões relacionadas com fontes".
 
 

19 outubro 2015

Falar de bogalhos

Secretas têm base de dados sobre fontes nas empresas privadas? Chefe das secretas refugia-se no segredo de Estado.

16 outubro 2015

O mentiroso

Afinal em que ficamos?
 
 
Ou nas duas folhas dobradas em quatro?
 
O que vale é que tudo está guardado para memória futura. Nem que seja no inferno.

15 outubro 2015

Multiculturas

Um autor que prefere o anonimato vai aproveitar a ocasião para publicar mais um livros sobre as secretas.
 
Chama-se "O forte de pladur". É uma edição de autor e será disponibilizado na internet e redes sociais.
 
Diz quem já leu que é uma sentida homenagem ao edificio da alta de Lisboa onde concentraram as várias etnias, num claro assomo de multiculturalidade.

14 outubro 2015

A reviravolta

Quando a estratégia da acusação é engolida pela estratégia da defesa será que ainda estamos no plano do estado de direito?
 
Desde quando a anormalidade se transforma em normal?
 
Mais um episódio a preparar o desfecho desejado: "águas de bacalhau".

13 outubro 2015

O dia seguinte

Aqui descrito o incrível mundo dos serviços secretos. Onde não há limites para a imaginação. E onde os agentes podem passar a inimigos de um dia para o outro.
 
Pelo menos nestes serviços também se defendem os interesses nacionais.
 
Noutros a principal preocupação é acautelar o dia seguinte (reforma/aposentação).

09 outubro 2015

O verdadeiro e o óbvio (3)

É verdade que a direita política e os seus aliados do centrão da rua do grémio embarcam com facilidade no discurso securitário e totalitário (as mais das vezes por puro mercantilismo). É óbvio que ninguém se demite das funções de conselheiro presidencial apenas porque o tribunal tem uma opinião diferente da sua.
 
A poucos meses do fim do mandato e prevendo-se alguma instabilidade há demissões de conveniência.
 
Aconselhamos a acompanhar este assunto.

08 outubro 2015

O verdadeiro e o óbvio (2)

É óbvio que os terroristas usam a internet para espalhar a sua mensagem criminosa. Não é verdade que a atribuição de poderes reforçados aos serviços de segurança para a prática de vigilância em massa aos cidadãos contribua para diminuir, e muito menos eliminar, a ameaça terrorista.
 
Descontextualizando uma afirmação tola: "São histórias para contar às criancinhas".

07 outubro 2015

O verdadeiro e o óbvio (1)

Se é verdade que os crápulas tomaram conta da estrutura tópica da coisa, também é óbvio que qualquer dia vão ser desmascarados e perseguidos como criminosos que são.

06 outubro 2015

Agremiações e outras pilhérias

Os grémios andam satisfeitissimos porque uma vez mais têm uma maioria clara na banda dos duzentos e trinta.
 
Que Deus lhes valha, portanto.

A guerra das fontes

Diz o diário das novidades:
 
"O Correio da Manhã noticiou ontem que Fábio teria estado com Ayoub em Portugal, antes do episódio do TGV, escrevendo que um espião das secretas portuguesas vigiou a passagem do marroquino pelo nosso país, informação essa que as fontes do DN asseguram ser "totalmente falsa".
 
Será caso para dizer que alguém da estrutura anda a falar com os jornalistas.
 
Mas isso também não é novidade. É a liderança pelo exemplo.

02 outubro 2015

Pertinências

Você confiaria em alguém que tem permanentemente cara de quem vai defecar em seguida?

28 setembro 2015

Sujos

A pressa com que a agremiação aprovou a lei que ia tornar branquinha toda a sujeira que fizeram ao homem esbarrou com a cultura ultramontana do forum.
 
E nem a nomeação de última hora de um comissário de conveniência resolveu o imbróglio.
 
Se lessem mais e falassem menos perceberiam o que falhou.
 
Ridiculos.

25 setembro 2015

Mistificação disse ele

"Nuno Simas foi o autor de notícias no jornal "Público" sobre a situação tensa que, na altura, se vivia no SIED e cuja divulgação estava a preocupar os responsáveis dos serviços de informação."
 
Como se o clima de crise política que sobreveio às legislativas de 2009 e o "assalto ao pote" nunca tivessem existido e não estivessem já em marcha. Talvez este processo e a "inventona de Belém" tenham zonas mistas. E atores mistos, comuns e duplos. Há favores que tâm de se pagar.
 
E devidamente orquestrados. Com "antenas" dentro dos serviços de informação. Colocadas ao mais alto nível, como a prova indiciária veio a demonstrar. Basta ler alguns SMS.

23 setembro 2015

Virgens ofendidas

Se houve algum crime, deve ser imputado aos serviços. "O arguido nem devia ser eu, mas os serviços de informação".

18 setembro 2015

Estranhamente ou dez anos de maus hábitos

E insistiu: "Estranhamente, o SIRP respondeu assim, mas não vemos razão para que o referido manual não seja junto ao processo", explicou Rosa Brandão que tem mais de vinte anos de carreira a julgar casos complexos, mas nunca nenhum como este. "É a primeira vez que lido com um processo sujeito a segredo de Estado. Mas não será assim tão complicado". Mas foi. E vai continuar a ser.

17 setembro 2015

Baixas frequências

Afinal nem só a defesa tem estratégia. Ou não passará tudo de uma estratégia da defesa?
 
Quem tem cú tem medo.
 
Sempre é mais fácil ser forte com os fracos do que com os fortes.
 
Os cobardolas reconhecem-se a olho nú.

16 setembro 2015

A casa dos horrores

A juíza não conseguia esconder a surpresa e até algum desapontamento perante a resposta que o secretário--geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) deu a um pedido do tribunal. "Perguntámos se podíamos ter acesso ao manual de procedimentos dos serviços secretos, que até já foi publicado na comunicação social. E a resposta foi que o mesmo é confidencial. É estranho."

14 setembro 2015

Estranho

Com uma única palavra, a juíza Rosa Brandão deu o tom para o que será o julgamento do caso das secretas

13 setembro 2015

Quando a tentativa é punível

Estamos mais baralhados.
 
E há quem não esteja?
 
Isto não era tudo uma "guerra empresarial"? E não se resolvia tudo "com uns sopapos" no facebook?
 
My ass...

12 setembro 2015

Os nossos respeitos

Para os que abdicaram do fim de semana, fizeram algumas centenas de quilómetros e tiveram de responder ao "toque a reunir" do venerável borra botas.
 
Mau grado toda a eripsela alguns até conseguiram cochilar enquanto a nódoa regurgitava.
 
Para eles, os nossos respeitos.
 

Estupidamente óbvio

Passados mais de cinco anos sobre os factos vem o Expresso clamar que a "Defesa tenta envolver chefe dos serviços secretos".

Poderia ser apenas uma tática da tal defesa.

Poderia, se...

01 setembro 2015

Crédito de confiança

Do "Caso da Proposta da rua do Grémio" mais uma extracção digna das "Crónicas".
 
"Tudo visto e sopesado, afigura-se que a solução encontrada pelo legislador implica, usando o critério do Acórdão nº 187/2001, efeitos restritivos ou lesivos que se apresentam, todavia, numa relação "calibrada" – de justa medida – com os fins prosseguidos, ponderando aqueles efeitos face às medidas possíveis, tudo à luz do reconhecimento e outorga ao legislador do "crédito de confiança" que lhe é devido."

31 agosto 2015

Mundo Virtual

Um Acordão recente publicita esta "pérola" de realismo queirosiano:
 
"Por fim, não se esquecendo a profundidade com que o Tribunal tem entendido a necessidade de controlo da informação resultante da interceção de comunicações, não se pode deixar de notar que nem todas as exigências implicadas na realização de escutas (cfr., designadamente, os Acórdãos do Tribunal nº 426/2005 e nº 4/2006) fazem sentido quando apenas estão em causa os dados de tráfego. Ali, importa atentar no conteúdo das informações, para o mais rapidamente possível aferir da sua relevância, eliminando rapidamente o resultado lesivo (isto é, destruindo as escutas) na parte inútil, precisamente por respeito ao princípio da proporcionalidade, momentos e necessidades que não se reproduzem quando apenas estão em causa dados de tráfego. "
 
 
O caso da "Proposta da rua do Grémio" ainda vai fazer correr muita tinta.